O MBA de Saneamento Ambiental da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), em colaboração com a University College London (UCL), deu início ao Módulo Internacional, em Londres. Liderado por uma colaboração com a The Bartlett Development Planning Unit (Unidade de Planejamento de Desenvolvimento) e a unidade de gestão de projetos da UCL, chamada UCL Consultants Ltd. (UCLC), o módulo é parte integrante da formação dos alunos no curso.
Durante a sua realização, os alunos terão oportunidade de assistir aulas de professores renomados, além de explorar diferentes perspectivas e compartilhar experiências que prometem fortalecer projetos de impacto local e que precisam enfrentar os desafios globais e climáticos atuais.
O Observatório Social da Infraestrutura Sustentável da UCL/FESPSP
Na ocasião, foi lançado o Observatório Social da Infraestrutura Sustentável da UCL/FESPSP, com participação de Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo e Inês Coimbra, procuradora Geral do Estado de São Paulo.
Este novo centro de pesquisa e inovação visa promover práticas sustentáveis e inclusivas na gestão de infraestruturas urbanas. “Esse instrumento é uma forma de agregar ainda mais o aspecto social dos nossos projetos e de ter dados seja para usar a título de subsídio de política pública, seja para cobrar, a sociedade tem que se informar para cobrar e para votar”, afirma Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo e uma das palestrantes. O lançamento contou também com palestra de Inês Coimbra, Procuradora Geral do Estado de São Paulo.
Já para Inês Coimbra, a importância da presença da PGE nesse projeto é o fato deles serem responsáveis pela estruturação jurídica dos projetos do Estado, até porque muitas dessas políticas têm sido cada vez mais judicializadas. “Então, a Advocacia Pública serve também como esse conector, digamos, entre o gestor público e o sistema de justiça, que muitas vezes é chamado para vir até aqui. O Observatório é também algo bastante interessante, porque ele vai nos dar essa dimensão também no tempo do monitorado da política pública, inclusive com relação a aspectos jurídicos que possam ser aprimorados.” , afirma a procuradora geral.
Michael Walls, Carlos Nascimento, Natália Resende, Inês Coimbra, Rafael Castilho e Elcires Pimenta participaram o lançamento oficial do Observatório
Carlos Nascimento, coordenador do módulo internacional dos MBAs da FESPSP, destacou a visão e os objetivos do novo observatório: “A nossa ideia para o Observatório é criar uma plataforma de inteligência, de análise, para identificar e mensurar o impacto social dos projetos de infraestrutura com esse viés de sustentabilidade.” O lançamento do observatório também marcou a assinatura de um memorando de entendimento entre o UCLC, FESPSP e o governo do estado de São Paulo, estabelecendo uma colaboração institucional para a implementação do observatório.
O principal objetivo do Observatório Social da Infraestrutura Sustentável é fornecer uma análise técnica e independente para mensurar o impacto social dos projetos de infraestrutura. Isso não apenas auxiliará na formulação de políticas públicas, mas também fornecerá subsídios para a tomada de decisão por parte de gestores e reguladores envolvidos em infraestrutura. “O observatório surge para ajudar no controle social. É saudável que comecemos a aumentar a cultura de acompanhamento dos resultados, e acho que começar pelo saneamento básico é o passo certo”, afirmou Nascimento.
Elcires Pimenta, um dos coordenadores do MBA da FESPSP, enfatizou a importância do observatório no contexto brasileiro: “O saneamento nas áreas onde a população é mais vulnerável, mais carente, é onde está o maior desafio do saneamento e é onde ele cumprirá uma missão social muito maior. No Brasil, a carência de dados de pesquisas aplicadas a essa área é muito grande.”
Rafael Castilho, coordenador do Módulo Internacional do MBA em Saneamento Ambiental, reforçou a relevância do observatório para medir o sucesso das políticas públicas e entender seu impacto social: “Como a gente consegue medir o sucesso de uma política pública? Como a gente consegue entender o impacto social? Tanto o observatório vai contribuir para a gente aferir qual potencial que a infraestrutura tem de transformação na vida das pessoas, quanto ele vai provocar um movimento inverso. Na medida que a gente fizer essas pesquisas, eu entendo que tanto o setor público quanto o privado, na construção e na elaboração dessas políticas públicas de infraestrutura, nós vamos provocar um processo diferente.”
Experiências práticas em projetos de saneamento foram tema no primeiro dia
O evento, que teve seu primeiro dia marcado por discussões ricas e abrangentes, promete ser um marco na formação de especialistas em saneamento, destacando a importância da inovação e sustentabilidade no setor. O módulo segue até o dia 21 de junho, na University College London (UCL).
Para marcar o início do primeiro dia, a reitora interina da The Bartlett Faculty of the Built Environment, Jacqui Glass, deu as boas-vindas e apresentou a instituição. Michael Walls, diretor do Development Planning Unit (DPU), também deu as boas-vindas, seguido por Rafael Castilho e Elcires Pimenta, coordenadores do MBA em Saneamento Ambiental, que realizaram a introdução e as boas-vindas formais. Representando a FESPSP, também estiveram presentes Carlos Nascimento, coordenador do módulo internacional dos MBAs, e Giorgio Talocci, professor assistente e coordenador do módulo internacional da The Bartlett Development Planning Unit, que introduziu os debates.
Jacqui Glass, a reitora interina da The Bartlett Faculty of the Built Environment
A palestra introdutória ficou a cargo de Julius Sen, professor e consultor independente, que abordou “A evolução do sistema peculiar de governança do Reino Unido e sua relevância para o setor de recursos hídricos e saneamento”. Sen destacou as particularidades históricas e institucionais do saneamento ambiental no Reino Unido, traçando paralelos com a evolução do setor em outras partes do mundo. Em seguida, Tim Brewer, líder de Prática no Setor de Pesquisa da Water Witness International, apresentou “Além de Bazalgette: 150 anos de saneamento”, oferecendo uma análise detalhada dos avanços e desafios do saneamento desde a era vitoriana até os dias atuais.
Julius Sen abordou “A evolução do sistema peculiar de governança do Reino Unido e sua relevância para o setor de recursos hídricos e saneamento”
No período da tarde, Pascale Hofmann, professora associada da The Bartlett Development Planning Unit, explorou abordagens inovadoras no saneamento em sua palestra “Ligando o saneamento entre a rede e fora da rede na Tanzânia: Abordagens inovadoras de Dar es Salaam e Mwanza”. Hofmann destacou projetos que combinam soluções centralizadas e descentralizadas, promovendo a inclusão social e a sustentabilidade ambiental em regiões de rápido crescimento urbano.
Pascale Hofmann, professora associada da The Bartlett Development Planning Unit
O Módulo Internacional do MBA em Saneamento Ambiental da FESPSP e UCL continua nos próximos dias, prometendo aprofundar ainda mais o conhecimento e a troca de experiências entre os participantes. Os alunos contam com tradução simultânea durante os cinco dias de curso. A tradutora responsável pela cabine é Débora Chobanian, CEO da WordlyWise Interpreting.
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